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Amálgama dental: entenda por que removê-lo

O mercúrio presente na amálgama dental é uma das 10 substâncias químicas que mais ameaçam a saúde do planeta. Além disso, implica em potenciais riscos toxicológicos à saúde quando esse restauro é feito em boca. 

Esse material restaurador de dentes cariados foi desenvolvido no final do século XIX, o que permitiu a preservação de muitos dentes em boca. Porém, diversos estudos atualmente mostram que esse metal se desprende das obturações ao longo do tempo. Por isso, recomenda-se a sua remoção preventiva, a qual deve ser feita seguindo protocolos de segurança bastante rígidos e a substituição por materiais restauradores melhores.

Neste artigo, explicamos os principais problemas relacionados e como deve ser feita a retirada e substituição dessas restaurações. Entenda, também, a polêmica associada a um possível uso “seguro”. Continue a leitura e tire suas próprias conclusões!

Por que a amálgama dental é prejudicial à saúde?

A amálgama é uma liga metálica (ou seja, uma mistura de metais) com cerca de 50% de mercúrio. Hoje em dia, sabe-se que esse metal é liberado das restaurações no organismo, ainda que em pequenas quantidades, por décadas — e não apenas somente no momento de fazer a restauração.

Para complicar, o mercúrio é biocumulativo, o que significa que, apesar do organismo ter uma certa capacidade de eliminá-lo, uma parte considerável acaba sendo retida. E tem mais: por conseguir atravessar a barreira hematoencefálica, ele consegue alcançar o sistema nervoso central, provocando uma série de distúrbios neurológicos.

Quais perfis de pessoas devem retirá-la?

A remoção preventiva das restaurações de amálgama é indicada, principalmente, para pacientes que:

  • apresentam sinais de intoxicação, como irritabilidade, tremores, inquietude, desequilíbrio, problemas de memória, convulsões, entre outros problemas;
  • desejam engravidar no futuro e querem assegurar um desenvolvimento fetal adequado, evitando sua contaminação;
  • possuem outros tipos de metais na boca, como implantes, próteses ou aparelhos ortodônticos fixos;
  • têm sarcopenia, Parkinson ou Alzheimer;
  • são portadores de problemas renais.

Já do ponto de vista biomecânico, pacientes com bruxismo, apertamento e/ou histórico de fraturas dentais se beneficiam muito com a remoção dessas restaurações e sua substituição por materiais mais biocompatíveis. Isso porque a liga tem propriedades físicas muito diferentes dos tecidos dentais, além de não ter adesividade  às paredes circundantes, o que pode aumentar a fragilidade das estruturas remanescentes.

Em suma, a indicação de remoção da amálgama dental vale para todos que se preocupam com uma possível intoxicação por mercúrio, o mais tóxico dos metais pesados. Além disso, em pessoas com restaurações mais extensas, ainda existe a questão da estética e das possíveis fraturas.

Quais são os cuidados necessários na remoção?

A retirada das restaurações de amálgama implica no aquecimento do material pelo atrito com a broca da turbina odontológica, o que promove a volatilização do mercúrio. Assim, o metal pode ser inalado pelo paciente e equipe odontológica, além de liberar pequenos fragmentos que podem ser engolidos.

Por isso, indica-se a chamada remoção segura, com o objetivo de evitar uma maior contaminação ou uma contaminação aguda. No Conscientia, o protocolo adotado para a realização do procedimento é o da International Academy of Oral Medicine and Toxicology (IAOMT).  

Exaustores e filtros de ar potentes no ambiente de trabalho e isolamento absoluto do campo operatório, além de inalação de oxigênio medicinal e proteção para rosto, cabelos, roupa do paciente durante o procedimento são as medidas físicas que tomamos. A proteção se estende à equipe de trabalho, que também usa jalecos descartáveis e máscaras de proteção ao mercúrio.  

O meio ambiente agradece com o descarte apropriado e seguro dos resíduos de amálgama coletados cuidadosamente em filtros. Os mesmos são transferidos para descarte seguro por órgãos habilitados pela Vigilância Sanitária para esse fim.

Como deve ser feita a substituição?

A substituição da amálgama dental também é realizada com um grande cuidado em relação aos materiais selecionados para tal fim:

  • a técnica restauradora, 
  • a escolha de marcas, 
  • o controle do campo operatório para garantir ausência de umidade e 
  • a melhor performance do material.

Além disso, procura-se preservar, ao máximo, as estruturas dentais. Para a nova restauração, pode-se utilizar as resinas compostas livres de bisfenol A ou as próteses cerâmicas, ambos materiais totalmente biocompatíveis. A escolha depende da extensão da restauração antiga, da função do dente e do grau de comprometimento estético e estrutural.

Existe indicação de “detox” pós-procedimento?

Sim. Após a remoção da amálgama dental, indica-se uma suplementação individualizada, a qual otimiza o processo de eliminação do mercúrio eventualmente depositado no organismo.

Como cada paciente tem necessidades específicas, as opções terapêuticas variam. Pode-se indicar, por exemplo, fitoterapia com spirulina, chlorella e carvão ativado. Além disso, algumas vitaminas (C, D e E), minerais e suplementos(como o selênio, o zinco e a N-acetilcisteína) também podem ser empregados. Existe, ainda, a possibilidade de realizar um detox homeopático ou uma quelação, dependendo da quantidade de restauros, da suscetibilidade do paciente e sua condição sistêmica. 

Existe algum tipo de amálgama dentário seguro?

Essa é uma questão que gera uma certa polêmica. A Anvisa, de acordo com a Resolução 173, de 15 de setembro de 2017, não proíbe o uso de produtos com liga de amálgama fornecido na forma encapsulada, que dispensa o manuseio do mercúrio pelo dentista. 

No entanto, é preciso reforçar que não existe amálgama dental sem mercúrio e não há consenso de limite seguro para a contaminação por esse metal para o paciente, para a equipe odontológica e o meio ambiente. Assim, apesar da regulamentação na forma de apresentação do material (antigamente o dentista manipulava o metal de forma manual e, com as cápsulas, as dosagens foram padronizadas),o potencial tóxico segue o mesmo. Países desenvolvidos do mundo proibiram total ou parcialmente o seu uso, como a Noruega,Suécia, Alemanha, Canadá, Japão, entre muitos outros.

Onde trocar seu amálgama dental com segurança?

Quem mora em Florianópolis (SC),pode fazer a remoção e substituição da amálgama dental no Conscientia. Como mencionado, seguimos o protocolo da IAOMT, o que garante a máxima segurança do procedimento. Além disso, indicamos o uso de suplementos detoxificantes pré e pós-remoção, de modo a otimizar a eliminação dos resíduos acumulados no organismo. 

Esperamos que o artigo tenha sido esclarecedor. No entanto, caso ainda restem dúvidas, sinta-se à vontade para entrar em contato. Estamos à disposição!

Publicado por:
Dentista Clínica Integrativa | CRO/SC 8724 | Graduada pela Universidade de São Paulo (USP) em Farmácia e Bioquímica e em Odontologia, é Mestre em Bioquímica pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Realizou aperfeiçoamentos em Periodontia, Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares, Terapia Floral e Aromaterapia. Além disso, é especialista em Homeopatia pela Fundação Homeopática Benoit Mure de SC e pela Alpha/Facop em São Paulo e possui formação em Mindfulness MBHP (Mindfulness Based Health Promotion) pelo Centro Mente Aberta, associado à UNIFESP, Universidade Federal de São Paulo.

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