A meditação é uma importante ferramenta na busca e manutenção do bem-estar. Desde que conquistou o aval da ciência ocidental, a atividade vem sendo aplicada como terapia complementar em tratamentos diversos. Prova disso é que seus benefícios — tanto para pessoas plenamente saudáveis, quanto para as que estão com algum problema de saúde ou têm uma doença crônica — vêm sendo estudados há décadas.
Neste artigo, a dentista Elisa Baumgarten e a médica Andrea Baumgarten explicam como a meditação atua no organismo e porque vale a pena inserir a prática na sua rotina. Ao término, confira uma dica certeira para quem nunca praticou ou tem dificuldade para manter a rotina de meditação sozinho. Aproveite!
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Quando a meditação começou a ser aplicada à saúde?
A meditação tem sido, cada vez mais, vista como uma “intervenção profilática e uma terapêutica segura, efetiva e eficaz”. Seu uso laico, por assim dizer, surgiu com o emprego sistematizado do mindfulness como terapia clínica.
Tão valorizado na atualidade, o mindfulness foi desenvolvido em um hospital-escola da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, em 1979. O idealizador do primeiro programa foi Jon Kabat-Zinn, à época professor emérito de Medicina.
Intitulado Mindfulness Based Stress Reduction (MBSR), o conhecido programa de oito semanas surgiu da dificuldade que Kabat-Zinn encontrou para amenizar os sintomas de um grupo de pacientes queixosos de dor.
Nesse tipo de meditação, traduzida como “atenção plena”, aprende-se a direcionar o foco. Ao olhar para o presente, o estresse e a ansiedade, entre outros sintomas ligados ao fluxo contínuo de pensamentos e sentimentos, diminuem.
“O mindfulness busca observar os sentidos que, eventualmente, estejam exacerbados de forma negativa, por conta da agitação cotidiana. Ele freia o excesso de atividades externas para que se consiga perceber o momento presente. Essa técnica coloca a pessoa em contato consigo mesma, para que se conheça melhor”, sintetiza a cirurgiã-dentista e homeopata Elisa Baumgarten. A ideia é deixar de viver no modo automático e se aproximar da verdadeira vocação, encontrando o sentido da vida.
Demonstrando-se prático e eficaz, o mindfulness passou a ser recomendado mundo afora. No Brasil, o Ministério da Saúde reconhece a meditação como uma das Práticas Integrativas e Complementares (PICS). Vista dessa forma, ela não substitui os tratamentos convencionais, mas soma-se a eles, potencializando a promoção da saúde.
Quais são os efeitos fisiológicos da meditação?
“Meditar regularmente promove o aumento da consciência corporal”, afirma a médica Andrea Baumgarten. Com isso, a percepção de sintomas associados a doenças, como ansiedade, estresse, fadiga, desconforto e sofrimento, diminui.
Dessa forma, a prática facilita o tratamento e a recuperação do organismo, sendo complementar às terapêuticas convencionais. As contribuições do mindfulness, por exemplo, já foram comprovadas em casos de:
- dor crônica;
- asma;
- burnout (Síndrome do Esgotamento Profissional);
- estresse pós-traumático;
- depressão;
- infertilidade;
- herpes;
- artrite reumatoide;
- hipertensão;
- fibromialgia;
- esclerose múltipla;
- osteoartrose e artrites;
- Parkinson;
- demências (como Alzheimer);
- diabetes;
- câncer
- déficit de testosterona ou andropausa.
Outro ponto positivo da meditação é que, graças ao aumento do autocontrole, previne-se que o uso dos medicamentos se torne compulsivo — evitando as reações adversas e efeitos colaterais.
Como começar a meditar por conta própria?
“Se você nunca meditou ou não consegue manter o ritmo sozinho, experimente a ajuda de um aplicativo. O Headspace (em inglês) e o Lojong (em português),por exemplo, são bons para quem quer pegar o jeito”, sugere Andrea.
Pouco a pouco, esses recursos estimulam a mente e o corpo. O melhor é que falta de tempo não é problema, pois é possível começar com apenas 1 minuto.
“Ao inserir práticas de meditação no dia a dia, muda-se a forma de ver o mundo e de se relacionar com as pessoas e consigo mesmo”, continua a médica. Para se animar, confira 10 benefícios sentidos por quem tem o hábito de meditar:
- Diminuição da ansiedade e aumento da concentração, calma e produtividade;
- Melhor controle dos mecanismos que levam a sentir dor, inclusive do parto;
- Aumento da neuroplasticidade, o que reflete na capacidade de resolver problemas;
- Melhora da autopercepção mental, emocional e corporal;
- Amenização de sintomas de diversas doenças;
- Alívio da autocrítica e de uma postura exageradamente crítica com os demais;
- Aumento da conexão com o momento presente, ou seja, com a vida real;
- Estímulo ao lado direito do cérebro, levando a ter insights criativos;
- Equilíbrio nas relações interpessoais e abertura a novos relacionamentos;
- Mais qualidade de vida, com muito menos estresse em casa e no trabalho.
O mais bacana é que os benefícios da meditação podem ser sentidos por todos, de pacientes com prognósticos complexos a pessoas com uma saúde de ferro, mas que desejam se tornar cada vez melhores. Isso explica a adoção do mindfulness como um estilo de vida ideal para a atualidade. Uma das suas vantagens é que não é preciso um local específico ou, sequer, ficar parado para meditar: vale praticar a qualquer hora e lugar. Além disso, os benefícios são notados em pouco tempo, o que estimula os iniciantes.
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