Muito além do desejo estético de possuir arcadas bem formadas, dentes claros e hígidos, emerge uma consciência cada vez mais necessária: materiais restauradores metálicos, como o amálgama dentário, que contém mercúrio na sua composição, podem apresentar um potencial tóxico ao organismo. Por isso, sua remoção não deve ser tratada como um simples procedimento com base num desejo estético, mas como um cuidado integral que exige técnica, proteção ao paciente, à equipe de trabalho e ao meio ambiente. É preciso também fazer a escolha do momento biológico adequado para cada pessoa. Optar pela remoção segura do amálgama é uma opção importante na direção da saúde integral que envolve preparo e cuidados para que todo o processo favoreça a saúde sistêmica e o equilíbrio do terreno biológico.
Muito Além da Odontologia Tradicional
Na odontologia biológica e integrativa, entendemos que nada no corpo existe de forma isolada. Todos materiais e substâncias usadas nos procedimentos odontológicos, metais, hábitos, emoções e a forma como as intervenções são feitas, criam ressonâncias que atravessam sistemas, da imunidade ao metabolismo, do fígado ao cérebro.
É por isso que o amálgama, uma liga metálica contendo cerca de 50% de mercúrio, merece tanta atenção na saúde moderna.
O mercúrio metálico não reagido presente no amálgama, é liberado continuamente, em mínima quantidade, na forma de vapor, sobretudo quando:
- mastigamos
- ingerimos alimentos quentes
- apertamos ou rangemos os dentes (bruxismo)
- realizamos procedimentos odontológicos que geram aquecimento
Esse vapor é absorvido pelas vias respiratórias, entra na corrente sanguínea e alcança tecidos sensíveis como sistema nervoso central, rins, fígado e tireoide.
Ele também atravessa a barreira hematoencefálica e a placenta, acumulando-se no cérebro tanto do adulto quanto do feto em desenvolvimento, um ponto crítico discutido em diversos estudos recentes.
Além disso, vivemos hoje em um ambiente com poluição cumulativa de metais pesados. Mesmo pequenas exposições, somadas ao longo do tempo, podem ultrapassar a capacidade de detoxificação de muitas pessoas. E é importante lembrar: nem todos têm a mesma suscetibilidade. Fatores genéticos, imunológicos, neurológicos e metabólicos determinam quem sofre mais intensamente seus efeitos.
Para indivíduos sensíveis ou já sobrecarregados por outras fontes de toxicidade, a presença de amálgamas pode contribuir para:
- inflamação persistente
- alterações neurológicas e sensibilidade aumentada
- dores de cabeça, cansaço e perda de vitalidade
- piora de doenças autoimunes, especialmente tireoidite de Hashimoto
- maior estresse oxidativo em condições neurológicas, como Parkinson
- sobrecarga hepática e renal
Esses efeitos ficam ainda mais relevantes em pessoas com múltiplas restaurações de amálgama, em mulheres grávidas e em pacientes com doenças sistêmicas que já têm menor capacidade do organismo de lidar com metais pesados.
É aqui que a odontologia deixa de ser apenas técnica e se torna saúde integral.
O Que a Ciência Revela Sobre o Mercúrio Dental
A evidência científica internacional é consistente: o mercúrio presente em restaurações metálicas libera vapores continuamente, e esses vapores têm potencial neurotóxico, imunotóxico e biocumulativo.
Instituições como a World Health Organization (WHO),o Journal of the American Medical Association (JAMA) e entidades de odontologia biológica (IAOMT) reforçam esses riscos há anos. O calor e o atrito aumentam exponencialmente a liberação de vapores do mercúrio dessas restaurações, como ocorre durante a remoção de amálgama sem protocolo seguro.
- A OMS reconhece o mercúrio como o metal mais tóxicos presente na odontologia
A Organização Mundial da Saúde alerta que não existe um nível seguro de exposição ao mercúrio e classifica o metal como altamente perigoso, especialmente em sua forma vapor.
A toxicidade do mercúrio é objeto de inúmeros estudos revisados por pares. Ensaios clínicos randomizados publicados, assim como revisões sistemáticas indexadas no PubMed, investigam os efeitos neurológicos, renais e imunológicos decorrentes da exposição ao mercúrio, incluindo o vapor liberado por amálgamas dentárias. Mesmo quando os estudos não encontram diferenças estatisticamente significativas entre amálgama e materiais livres de mercúrio em determinados desfechos, eles reforçam que o mercúrio é uma toxina celular potente e que a exposição cumulativa ao longo da vida deve ser avaliada com cautela, especialmente em grupos sensíveis.
- IAOMT e o protocolo SMART
A IAOMT (International Academy of Oral Medicine and Toxicology) desenvolveu o protocolo SMART, considerado hoje a referência global em remoção segura de amálgama, por minimizar a exposição humana e ambiental aos vapores e partículas de mercúrio. Não basta usar apenas isolamento absoluto para evitar ingestão de resíduos inorgânicos. O mais importante é evitar que o paciente inale os vapores do mercúrio através de sonda de oxigênio medicinal e cobertura no nariz e da cabeça e proteção da pele e roupas com uma barreira descartável.
FAQ. Perguntas Frequentes:
1. O amálgama faz mal?
Ele libera vapores de mercúrio continuamente. Em algumas pessoas suscetíveis, o aumento da carga tóxica do mercúrio pode aumentar processos inflamatórios, piorar condições sistêmicas como Parkinson, demência, insuficiência renal, problemas no fígado, além de ser neurotóxico para fetos em mulheres grávidas.
2. Qualquer dentista pode remover o amálgama?
Não. A remoção comum expõe você a níveis altos de mercúrio.
Procure profissionais treinados em remoção segura de amálgama, segundo o protocolo da IAOMT (International Academy of Oral Medicine and ínToxicology).
3. A remoção segura dói?
Não. O protocolo é planejado para conforto, proteção e tranquilidade.
4. E se eu tiver muitos amálgamas?
A remoção é sempre planejada em etapas com base em radiografias de qualidade e o paciente é preparado e protegido com suplementos que aumentam a excreção de metais pesados — é importante priorizar um bom momento para esse procedimento, com possibilidade de ingestão de muita água e descanso.
5. Por que a remoção Segura de Amálgama é essencial?
No Centro Conscientia, entendemos que cada material usado nos nossos procedimentos em boca precisa ser biocompatível e não tóxico. Por isso, seguimos um protocolo que une ciência, proteção e biocompatibilidade.
Nosso protocolo seguro inclui:
- Isolamento absoluto de alta barreira
- Irrigação contínua com água fria (evita aquecimento e vaporização)
- Controle ambiental do ambiente de trabalho com exaustores de alta potência e filtragem adequada. Resíduos são separados e enviados para processamento orientado pela Anvisa para proteção do meio ambiente
- A remoção do amálgama é feita em blocos, evitando o atrito da trituração, com brocas especiais
- Equipamentos de proteção respiratória (proteção para nariz com sonda de oxigênio medicinal e cobertura de todo corpo com barreiras descartáveis
- Usamos materiais biocompatíveis para substituir o amálgama (resinas livres de bisfenol A, usadas segundo as técnicas da Odontologia Biomimética.
Benefícios da Remoção Segura de Amálgama
A remoção adequada promove:
- Redução da carga de metais pesados
- Prevenção de contaminação por vapores de mercúrio
- Harmonização com a filosofia da odontologia sem metais que reduz galvanismo bucal
- Redução de processos inflamatórios
- Alívio de sintomas relacionados ao sistema nervoso
- Mais equilíbrio emocional e energético
- Substituição por materiais verdadeiramente biocompatíveis
Essa é a essência da odontologia minimamente invasiva e biológica: cuidar sem agredir, tratar sem intoxicar, restaurar com consciência.
Uma Odontologia Que Honra Seu Corpo
A remoção de amálgama é mais do que substituir uma restauração antiga: quando realizada dentro de um protocolo seguro, reduz de forma significativa a exposição ao mercúrio e permite a colocação de materiais biocompatíveis, alinhados à sua fisiologia.
Esse processo também pode iniciar um detox de metais pesados, favorecendo uma biologia mais equilibrada e vital.
Escolher esse caminho é optar por uma odontologia sem metais, que protege seus sistemas e promove saúde real. Conduzida com ciência, cuidado e biocompatibilidade, a remoção deixa de ser um risco e se torna um ato consciente de autocuidado.
No Centro Conscientia essa é a base do nosso trabalho: unir técnica precisa, integridade e respeito profundo ao funcionamento do seu corpo. Sua saúde merece esse padrão de atenção.
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Dra Elisa Baumgarten | Centro Conscientia
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