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Saúde bucal

Saiba por que a remoção segura de amálgama é recomendada

amálgama foi, durante anos, uma das mais populares formas de restauração dentária. Mas, com o passar do tempo, sua segurança e aparência passaram a ser cada vez mais questionadas por pacientes e profissionais. Por conta disso, a remoção segura de amálgama é um assunto que ganhou muita visibilidade.

Mas, afinal, seu uso ainda é recomendado? E para quem a possui, indica-se retirá-la? Neste artigo, esclarecemos essas e outras questões importantes. Confira!

O que é uma amálgama?

Amálgama é um composto de ligas metálicas. Popularmente conhecida como “chumbo”, ela contém metais altamente tóxicos, como prata, cobre, estanho, zinco e, principalmente, mercúrio — presente em cerca de 50% da sua composição.

No passado, seu emprego na odontologia era “tolerado”, uma vez que era o material disponível para fazer as restaurações de dentes cariados, ajudando a preservá-los. Atualmente, no entanto, não faz mais sentido mantê-lo na boca.

Vale lembrar, ainda, que a restauração com amálgama exige um preparo retentivo, o qual desgasta estruturas saudáveis para acomodar um material pesado. Nos dias de hoje, essa é uma abordagem altamente contraindicada.

Devido aos riscos envolvidos, o questionamento sobre a segurança do seu uso se tornou cada vez maior. Inclusive, há um projeto de lei (PL 3098/2021) que visa banir o emprego de amálgamas em procedimentos odontológicos no Brasil. Se aprovado, crianças, adolescentes, mulheres em idade reprodutiva, portadores de doenças neurológicas ou renais e pessoas com intoxicação prévia por mercúrio não poderão realizá-lo.

Vale lembrar que, desde de 2019, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proíbe a utilização de mercúrio e do pó para liga de amálgama em serviços de saúde. No Brasil, a amálgama é permitida somente se estiver encapsulada, não implicando no manuseio do mercúrio pelo dentista. Nesse caso, o pó para fazer a liga é comercializado em cápsulas próprias para o uso odontológico, com dosagens padronizadas.

Seja como for, fato é que não existe amálgama sem mercúrio e não existe consenso sobre um limite seguro para seu uso nas restaurações dentais. Dado seu potencial tóxico, diversos países já aboliram, total ou parcialmente, sua utilização. É o caso da Alemanha, da Suécia, da Noruega, do Canadá, do Japão, entre outros.

Quais são os problemas relacionados ao mercúrio?

O uso de amálgamas na odontologia pode causar intoxicações crônicas. Essas se relacionam ao desprendimento do mercúrio ao longo do tempo, o qual:

  • é biocumulativo, o que significa que sua maior parte permanece acumulada no organismo, principalmente, no cérebro, rins, fígado, trato gastrointestinal, sistema imunológico e pulmões;
  • e, em altos teores, provoca intoxicações crônicas, levando a quadros de irritabilidade, insônia, perda de memória, falta de concentração, fraqueza, ansiedade, depressão, perda de peso, distorções da visão, distúrbios gastrointestinais e outras complicações.

Portanto, ter uma restauração antiga significa ter uma fonte contínua de liberação de mercúrio no corpo. Tal liberação pode ocorrer na mastigação, na escovação dos dentes, na ingestão de bebidas em altas temperaturas, entre outras situações. Isso acarreta, por exemplo, em distúrbios neurológicos, pois o mercúrio alcança e se deposita no sistema nervoso central.

Outro problema diretamente relacionado é o maior risco de fratura nos dentes, pois sua rigidez é diferente da rigidez da dentina, favorecendo a ocorrência de trincas e quebras. Na prática, ao receber uma carga, a restauração de amálgama transmite toda a força (ou impacto) para a dentina, levando às fraturas.

Além disso, a amálgama também apresenta problemas na adesão às paredes circundantes. O resultado são superfícies restauradas, mas com espaço para micromovimentos, os quais aumentam a fragilidade das estruturas dentais remanescentes.

Quais materiais podem substitui-la nas restaurações?

Atualmente, há uma ampla disponibilidade de materiais biocompatíveis para fazer a substituição de tecidos dentais perdidos, os quais se aproximam das características dos dentes naturais. Dessa forma, substituem as amálgamas com muita superioridade, tanto em termos de segurança, quanto de função, resistência e estética.

Entre eles, pode-se citar as resinas compostas livres de bisfenol A e as próteses cerâmicas. Ambas, vale destacar, são totalmente inertes e inócuas.

Para determinar o material mais adequado, o dentista deve considerar sua performance biomecânica, bem como o tipo da técnica restauradora adotada — a qual depende do grau de comprometimento estrutural e estético. Além disso, o profissional deve buscar preservar, ao máximo, as estruturas dentais remanescentes sadias.

Saiba por que a remoção segura de amálgama é recomendada

Como a remoção segura de amálgama é realizada?

A remoção segura de amálgama deve ser feita conforme as orientações da Academia Internacional de Medicina Oral e Toxicologia (IOAMT). Do contrário, há risco de contaminação tanto do paciente, como dos profissionais envolvidos e do meio ambiente.

Para ter a exata dimensão da gravidade, é preciso entender como é o processo de extração das antigas restaurações. Basicamente, o dentista precisa desgastar a estrutura, o que faz com que fragmentos do material tóxico se desprendam na boca, podendo ser facilmente aspirados e deglutidos.

Ao mesmo tempo, o aquecimento da broca da turbina odontológica, empregada no procedimento, eleva a temperatura do material, provocando a volatilização do mercúrio. Esse vapor, por sua vez, aumenta as chances de o mercúrio ser inalado.

Para evitar esses riscos, na remoção segura de amálgama, dentista separa o dente restaurado do restante da boca com uma espécie de “dique” de borracha. Durante o desgaste, há o isolamento absoluto do campo operatório, ou seja, o paciente permanece coberto e utiliza uma máscara de oxigênio puro (medicinal). Há, ainda, o uso de sugadores de alta potência, bem como de exaustores estrategicamente posicionados para favorecer a circulação do ar na sala.

Além disso, a equipe também é devidamente protegida. Para tanto, utilizam-se máscaras com filtros específicos, jalecos descartáveis e outras medidas de segurança.

Neste vídeo, a Dra. Alice Machado explica como é a execução do procedimento:

O descarte pós-remoção também deve ser executado de maneira técnica. Afinal, é necessário cuidar para que o mercúrio não entre no esgoto e afete o meio ambiente, dado seu elevado potencial de poluição. Assim, todos os materiais empregados no procedimento são transferidos para órgãos habilitados pela Vigilância Sanitária, devidamente preparados para recebê-los e eliminá-los.

Como é o pré e o pós-procedimento?

No Conscientia – Centro de Odontologia Integrativa, seguimos os protocolos para remoção segura de amálgama da IAOMT. Além disso, indicamos algumas medidas de detoxificação pré e pós-procedimento (o chamado “detox”).

Nesse caso, o objetivo é otimizar a eliminação de resíduos de mercúrio eventualmente depositados no organismo do paciente, decorrente dos anos de uso da amálgama. Mas, considerando que cada pessoa tem características e necessidades específicas, a recomendação é sempre individualizada.

Assim, as terapêuticas mais comumente associadas à remoção segura de amálgama são a fitoterapia com spirulina, a chlorella e o carvão ativado. Pode-se indicar, também, o emprego de vitaminas (C, D e/ou E), minerais (como selênio, zinco, entre outros) ou suplementos (como a N-acetilcisteína).

Há, ainda, a possibilidade de realizar um tratamento homeopático ou mesmo uma terapia de quelação. Como mencionado, a estratégia indicada dependerá da quantidade de restauros realizados e das condições sistêmicas do paciente.

Em quais casos a remoção da amálgama é indicada?

A exposição ao mercúrio, principalmente, se somada a um estilo de vida não saudável e a determinadas características individuais, leva ao acúmulo da substância no organismo. Isso, como mostrado, pode levar a diversos distúrbios de saúde, entre outros problemas.

De maneira geral, a remoção segura de amálgama é indicada para todos que se preocupam com o risco de intoxicação por metais pesados. Ao mesmo tempo, existe a questão da estética, especialmente, em restaurações mais extensas, e da preservação do meio ambiente.

No entanto, alguns grupos devem ficar, particularmente, alertas. É o caso de:

  • pessoas cujos testes, realizados em amostras de sangue ou em fios de cabelos, indicam alto grau de mercúrio no organismo;
  • mulheres que desejam engravidar, para prevenir possíveis riscos ao desenvolvimento fetal e durante a infância;
  • portadores de problemas renais, Mal de Parkinson, Alzheimer ou sarcopenia (alteração na musculatura esquelética que compromete o desempenho físico);
  • pessoas com sinais de intoxicação, como tremores, convulsões, falta de equilíbrio, problemas de memória, confusão mental, falta de concentração, irritabilidade, entre outros;
  • quem tem bruxismo, pois o hábito de ranger os dentes aumenta a eliminação do mercúrio e as chances de fratura dental;
  • indivíduos com outros tipos de metais na boca, como implantes, próteses ou que usam (ou precisam utilizar) aparelhos ortodônticos fixos.

Em relação às contraindicações à retirada da amálgama, recomenda-se, como medida de precaução, que gestantes e lactantes não realizem o procedimento. Nesses casos, é melhor aguardar o nascimento do bebê e o fim do período de amamentação para realizá-la.

Onde realizar a remoção segura de amálgama em Florianópolis?

No Conscientia, localizado em Florianópolis (SC),você encontra profissionais capacitados e um espaço completamente preparado para realizar a remoção segura de amálgama, bem como a devida substituição. Aqui, seguimos o protocolo ultra seguro da IAOMT, com todo o processo planejado e acompanhado nos mínimos detalhes, do pré ao pós-procedimento.

Se você ainda possui restaurações antigas e deseja trocá-las por materiais biocompatíveis, conte conosco. Agende sua consulta e venha fazer uma avaliação!

Publicado por:
O Conscientia, Centro de Odontologia Integrativa, surgiu da união de profissionais que amam a saúde, a beleza do equilíbrio e a harmonia da natureza

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